O Programa Nacional de Imunização (PNI) recomenda que a vacina inativada, em forma de injeção, deve ser aplicada aos 2, 4 e 6 meses de idade do bebê. A vacina via oral (em gotinhas), que serve como reforço, deve ser dada entre os 15 e 18 meses e novamente aos 5 anos de idade.

Sintomas
Na maior parte dos casos, os infectados apresentam poucos sintomas ou nenhum, com um quadro semelhante à gripe, com febre e dor de garganta, ou às infecções gastrintestinais, com náusea, vômito, constipação e dor abdominal. No entanto, cerca de 1% dos infectados pela doença, especialmente crianças com menos de cinco anos, pode sofrer com formas graves da poliomielite.
Nesses pacientes, o vírus, após atacar o sistema nervoso, pode causar paralisia flácida aguda permanente, insuficiência respiratória e até o óbito. Em geral, a paralisia se manifesta nos membros inferiores de forma assimétrica, ou seja, ocorre apenas em uma das pernas. As principais características da sequela, são a perda da força muscular e dos reflexos, sem perda de sensibilidade.
Diagnóstico
O diagnóstico pode ser confirmado por diferentes exames laboratoriais. Entre eles, exame para a detecção do poliovírus nas fezes ou no catarro do paciente infectado; exame para a pesquisa de anticorpos IgM no sangue; cultura de LCR (líquido cefalorraquidiano) para a pesquisa do agente causador; e eletromiografia para o estudo da atividade elétrica do membro paralisado, em casos mais graves.
Prevenção
A principal forma de prevenção contra a poliomielite é a vacina. No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece duas vacinas contra a pólio, que se complementam: a inativada e a atenuada. A vacina inativada deve ser aplicada em bebês de 2, 4 e 6 meses de idade. Já o reforço com a vacina atenuada via oral (em gotinhas) deve ser tomada entre os 15 e 18 meses e depois, mais uma vez, entre os 4 e 5 anos de idade.
As más condições habitacionais, a higiene pessoal precária e o elevado número de crianças numa mesma habitação também são fatores que favorecem a transmissão da poliomielite. Logo, programas de saneamento básico são outra forma de prevenção da doença.
Tratamento
Não existe tratamento específico para a poliomielite. O tratamento dos sintomas é feito de acordo com o quadro clínico do paciente.
Transmissão
A poliomielite é transmitida, geralmente, através da boca, a partir do contato direto com fezes contaminadas ou por água e alimentos contaminados por essas fezes. Por isso, locais com falta de saneamento, más condições habitacionais e de higiene pessoal precária são mais suscetíveis a doença. A pólio também pode ser disseminada pela forma oral-oral, através de gotículas expelidas ao falar, tossir ou espirrar.
O poliovírus se multiplica, inicialmente, nos locais por onde ele entra no organismo (boca, garganta e intestinos). Em seguida, vai para a corrente sanguínea e pode chegar até o sistema nervoso central (medula e cérebro). Desenvolvendo ou não sintomas, o indivíduo infectado elimina o vírus nas fezes, dando continuidade ao ciclo viral. O vírus da poliomielite é bastante resistente, e pode sobreviver durante meses no esgoto.
Atuação da Fiocruz
Há mais de 60 anos, Laboratório de Enterovírus do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) se dedica ao estudo da poliomielite e de meningites virais. O laboratório é credenciado pelo Ministério da Saúde como Centro Nacional de Referência para Enteroviroses, e atua na vigilância virológica das paralisias flácidas agudas, das meningites assépticas e das meningoencefalites.
O Laboratório foi o primeiro a identificar, em 1989, a presença no Brasil do Enterovírus 71, causador de doença paralítica. Realizou também o isolamento e caracterização do último poliovírus selvagem da Região das Américas, no Peru, em 1991. Enquanto referência nacional e internacional, o Laboratório também presta consultoria à rede de laboratórios nacionais do Ministério da Saúde, atuando no diagnóstico e na formação de recursos humanos.