A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em parceria com a Sociedade Brasileira de Parasitologia (SBP), realizou entre os dias 22 e 25 de abril, em Salvador (BA), o 29º Congresso Brasileiro de Parasitologia – PARASITO 2025. Com o tema "Revisitando o Passado para Revolucionar o Futuro na Era da Transformação Digital", o evento reuniu pesquisadores brasileiros e internacionais de diversas áreas, promovendo debates sobre temas transversais em parasitologia.
Durante o congresso, a vice-presidente de Pesquisa e Coleções Biológicas da Fiocruz (VPPCB/Fiocruz), Alda Cruz, destacou a importância da integração entre as áreas biológica e clínica para o avanço das políticas públicas voltadas ao Sistema Único de Saúde (SUS):
“O congresso tem grande multidisciplinaridade e estabelece uma interface essencial entre as questões biológicas dos parasitos e a prática clínica. Estar próximo ao que os pesquisadores estão desenvolvendo permite um olhar translacional, fundamental para compreendermos melhor os mecanismos das doenças e oferecermos respostas mais eficazes à sociedade e ao SUS.”
A presidente do PARASITO 2025, Patrícia Sampaio Tavares Veras, pesquisadora da Fiocruz Bahia, reforçou a relevância do encontro não apenas para a comunidade científica, mas também para a proposição de soluções voltadas à prevenção e ao enfrentamento de doenças negligenciadas, como Chagas e Leishmaniose:
“Este é um momento de extrema importância, em que a comunidade científica da Fiocruz se reúne para debater amplamente questões essenciais. As discussões vão além da ciência básica, abordando também o desenvolvimento de novas drogas, vacinas e o impacto desses tratamentos no controle das doenças.”
A programação do congresso contou com sessões plenárias, palestras com especialistas internacionais, mesas-redondas, fóruns de discussão, workshops, cursos e uma área de exposição científica.
O presidente da SBP, Ricardo Fujiwara, destacou a participação ativa de estudantes de graduação e pós-graduação nas discussões, além dos desafios pós-pandemia no enfrentamento das doenças parasitárias, que ainda afetam, sobretudo, populações em situação de vulnerabilidade social no Brasil:
“O congresso reúne pesquisadores e estudantes — a nova geração de cientistas. É um espaço de formação, integração e troca de saberes. As doenças parasitárias continuam sendo uma realidade e não se trata apenas de uma questão cultural, mas social. A Fiocruz, por exemplo, é uma das instituições que mais pública sobre Leishmaniose no país.”
Também presente no evento, a pesquisadora da Fiocruz Minas, Liléia Gonçalves Diotaiuti, ressaltou como a parasitologia pode ser um catalisador de transformações sociais:
“A parasitologia nos permite tocar em problemas profundos do Brasil. É uma maneira de sensibilizar e engajar estudantes e jovens em uma reflexão crítica, não apenas sobre as doenças em si, mas sobre os contextos sociais em que elas ocorrem.”
O PARASITO 2025 reafirmou o compromisso da comunidade científica com o avanço do conhecimento, o fortalecimento da ciência nacional e a promoção de soluções para os desafios da saúde pública.
Fotos: Plínio Sousa
Confira: https://youtu.be/2GIoI8Ad79k