No dia 8 de novembro foi realizado o II Fórum Bimestral da Comissão da Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P) na Fiocruz. Durante o encontro, foram realizadas apresentações dos projetos inscritos para concorrer ao prêmio A3P 2024 do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA); da nova Portaria A3P e novo termo de adesão; do plano de trabalho e cronograma de atividades para 2025, e o resultado do II Seminário de Sustentabilidade da Cogic/Fiocruz. O evento aconteceu de forma híbrida, presencialmente na Sala Verde da Coordenação-Geral de Infraestrutura dos Campi (Cogic) e, online, pela plataforma Teams.
A coordenadora de Saúde do Trabalhador (CST/Cogepe), Marisa Augusta de Oliveira, enfatizou a importância de um trabalho colaborativo entre as unidades para enfrentar desafios e criar estratégias voltadas à saúde do trabalhador. Durante reunião, Marisa destacou a necessidade de envolvimento ativo de todos nas discussões sobre a agenda ambiental e outras questões de interesse institucional. Ela propôs, inclusive, a realização de um encontro presencial anual, a fim de consolidar a rede colaborativa e fortalecer laços entre os participantes.
"É importante sempre estar em comunicação com a gente nas atividades relacionadas à agenda ambiental na Fiocruz", declarou Marisa, ressaltando que a interação direta entre os profissionais e a gestão facilita o entendimento das dificuldades e permite ajustes necessários para o sucesso das atividades.
Além disso, Marisa mencionou que encontros presenciais podem não só contribuir para o fortalecimento da rede de trabalho, mas também para a criação de uma "rede de afeto", que potencializa a troca de experiências e o suporte mútuo entre as equipes.
Descarte sustentável e proteção de dados
No ano de 2023, a Defensoria Pública do Rio de Janeiro utilizou mais de 9 milhões de folhas de papel na impressão de documentos e outros arquivos. Para lidar com as despesas, o órgão implementou um projeto inovador para a gestão sustentável de resíduos, com foco na eliminação de papéis contendo dados sensíveis, respondendo a uma necessidade crescente com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Com uma estrutura administrativa centralizada, a Defensoria enfrenta o desafio de gerenciar documentos e resíduos de maneira segura e eficiente.
Para enfrentar esse desafio, Camila Valls contou que a instituição estabeleceu um plano em etapas. O primeiro passo foi a criação de um manual de gestão documental e a elaboração de uma ordem de serviço que define diretrizes e fluxos para a eliminação de papéis e outros materiais com segurança. Ao longo de sete meses, foram realizadas 11 reuniões, que envolveram cerca de 400 trabalhadores. O objetivo era educá-los e conscientizá-los sobre o novo processo.
“Uma das estratégias é otimizar o transporte de materiais, reduzindo os deslocamentos e maximizando o aproveitamento dos veículos. Além disso, a Defensoria implementou uma esteira de trituração assistida para fragmentar documentos, assegurando que dados sensíveis sejam destruídos de forma adequada”, contou Camila. Até o momento, aproximadamente oito toneladas de papel foram trituradas, representando 70% dos resíduos da instituição. Essa iniciativa libera espaço no mobiliário e melhora a qualidade de vida no ambiente de trabalho.
Como parte da estratégia de sustentabilidade, a Defensoria optou por não adquirir fragmentadoras próprias, o que implicaria altos custos. Em vez disso, investiu em tecnologia verde, como a digitalização de documentos e sistemas de assinatura digital. A infraestrutura de trabalho também foi modernizada, com a instalação de monitores duplos para evitar a necessidade de impressão, trazendo melhorias ergonômicas e reduzindo o consumo de papel.
A instituição também está promovendo uma mudança de cultura entre os trabalhadores, incentivando-os a refletir sobre sua responsabilidade no descarte de resíduos. Eventos educativos foram organizados para conscientizar sobre o impacto ambiental dos resíduos e a influência que práticas sustentáveis exercem na mitigação das mudanças climáticas.
Reutilização de água
O engenheiro Robenson Minski apresentou o projeto de captação e reuso de águas residuais e pluviais do Instituto Carlos Chagas (ICC - Fiocruz Paraná). A água coletada é tratada e armazenada em reservatórios de água bruta, com uma capacidade de 8 mil litros. Em um ano, estima-se que cerca de 2 milhões de litros de água possam ser reutilizados, o que reduz o uso de água potável e contribui para a sustentabilidade.
Programa CompostAção: educação ambiental e consciência coletiva
No campo da compostagem, a instituição se beneficiou de resíduos da manutenção de áreas verdes, transformando esses resíduos em compostos orgânicos que evitam a compra de adubos. A cada mês, uma média de 8,5 toneladas de composto é gerada, atendendo à demanda por cerca de 15 mil mudas para a manutenção dos espaços verdes da Fiocruz.
O Programa CompostAção ainda promove um programa de educação ambiental, incentivando os trabalhadores a gerenciarem melhor seus resíduos e entender a importância da reciclagem e reutilização de materiais. Em uma iniciativa inclusiva, baldes antes descartados foram reutilizados para a coleta, e crianças de programas da Creche Fiocruz também participaram de atividades de conscientização.
Portaria A3P e Termo de Adesão
Aline Guimarães, representante da Coordenação Geral de Administração (Cogead), contou que, a portaria original de 2014, concedia autonomia aos diretores de cada unidade para a criação de comissões gestoras locais. Em 2024, seguindo sugestão da integrante Marisa, a adesão foi ampliada com uma chamada interna, permitindo que colaboradores de diferentes vínculos participassem da comissão. Com isso, a comissão A3P atingiu 76 membros, representando um crescimento significativo em relação aos anos anteriores.
Durante a reunião, foram destacados os avanços na composição da comissão e o aumento de representatividade das unidades Fiocruz ao longo dos anos. “Em 2015, a comissão contava com 19 integrantes; esse número subiu para 43 em 2022 e alcançou 76 em 2024, marcando um aumento expressivo na participação de membros de novas unidades”, relatou Aline.
Além das questões organizacionais, Aline explicou que o termo de adesão da Fiocruz ao programa A3P, originalmente assinado em junho de 2014 e válido por cinco anos, foi renovado este ano. Com isso, a instituição reafirma seu compromisso com as práticas sustentáveis, alinhando-se às metas estabelecidas pelo Ministério do Meio Ambiente.
Plano de trabalho
Tiago Monteiro e Thays Carvalho abordaram o papel da Comissão A3P e a estrutura de trabalho. A comissão conta com um comitê gestor liderado por representantes da Coordenação Geral de Gestão de Pessoas (Cogepe) e da Coordenação Geral de Infraestrutura e Logística (Cogic). Marisa e Jorge Cariuz, gestores responsáveis, enfatizaram a importância da colaboração de todos os membros para o cumprimento do plano de ação da A3P, elaborado conforme orientação do Ministério do Meio Ambiente.
O plano de trabalho, que entrou em vigor a partir de agosto de 2024, envolve uma série de ações para promover práticas sustentáveis, com foco em áreas como a gestão de recursos naturais, a qualidade de vida dos trabalhadores e a gestão de resíduos. O comitê destacou a necessidade de um diagnóstico atualizado das unidades para avaliar as práticas ambientais e estabelecer um cronograma de ações.