Simpósio No Sertão de Pernambuco Reuniu 150 Pessoas Para Discutir Pesquisa e Saúde Pública

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Luisa Picanço (VPEIC/Fiocruz)
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O “Simpósio Científico do Sertão do Pajeú: integrando saberes para a saúde única” aconteceu entre os dias 16 e 17 de outubro com mais de 150 pessoas, de forma presencial. O evento foi promovido pela The Global Health Network América Latina e Caribe (TGHN LAC), em parceria com o Hospital Regional Professor Agamenon Magalhães (Hospam) - Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco (SES-PE). O simpósio foi organizado pelas equipes do Programa de Computação Cientifica da Fiocruz (PROCC) e da Fiocruz Pernambuco

“Foi um momento para mostrar o quanto podemos fazer em pesquisa na área da saúde no sertão. Tivemos a abertura do evento pelo diretor do Hospam, Leonardo Carvalho, uma apresentação cultural de xaxado e a conferência do consultor da OPAS, Fabiano Pimenta, que falou sobre emergências sanitárias e reforçou a importância de abordagens que incluam temas ambientais”, comentou a médica, pesquisadora da Fiocruz Pernambuco e doutora em saúde pública, Cristiane Bresani.

REDCap para profissionais de saúde

A médica Cristiane Bresani durante o minicurso sobre REDCap.

Cristiane Bresani ministrou dois minicursos sobre REDCap, um voltado para estudantes de medicina, incentivando-os a utilizar a ferramenta em seus projetos de iniciação científica, e um segundo direcionado à apresentação da plataforma a profissionais do Hospam.

Apresentação da Rede Sertaneja de Epidemiologia Clínica 

Durante a manhã do dia 17, o evento contou com apresentações de projetos de pesquisa que estão sendo desenvolvidos na cidade de Serra Talhada pelo professor da Universidade de Pernambuco, Jurandy de Magalhães, em colaboração com Bresani e a pesquisadora da Fiocruz Pernambuco, Clarice Neuenschwander. Todos os projetos abordavam doenças infecciosas de importância para a saúde pública, tais como arboviroses, meningites e HTLV. 

Juntou-se ainda ao grupo, o veterinário da SES-PE, Samuel Souza, que falou sobre o seu trabalho de vigilância epidemiológica da leishmaniose e apresentou a pesquisa que vem desenvolvendo sob uma perspectiva ecossistêmica dessa doença comum naquela região, abordando o vetor, o hospedeiro canino e a interação desses elementos com a saúde pública. 

Desafio 1000

No mesmo dia foi apresentado pela enfermeira e pesquisadora da TGHN, Daniela Morelli, o “Desafio 1000” da TGHN, uma comunidade virtual para que enfermeiros e outros profissionais de saúde conduzam estudos pragmáticos de pesquisa ao mesmo tempo em que realizam gestão, vigilância e assistência à saúde. Essa iniciativa busca fomentar a pesquisa em localidades com menos recursos e oportunidades.

Importância de investir em pesquisa a partir da prática

O evento também teve palestras sobre serviços e prática assistencial. “Muito interessante ver que profissionais de saúde da cidade desenvolvem metodologias inovadoras em suas áreas com grande potencial científico” comentou Bresani. Um exemplo foi a palestra da enfermeira especialista em feridas, Thays Cristina Siqueira, que apresentou técnicas inovadoras no manejo, com potencial de aproximação de seu trabalho com a pesquisa clínica.

A enfermeira Thays Cristina durante o Simpósio do Sertão do Pajeú

Iniciativa Angels em Serra Talhada

Outro destaque foi a apresentação do médico neurologista, Danuzio Oliveira, que compartilhou sua experiência na criação de um protocolo de atendimento para acidentes vasculares cerebrais (AVC), que busca eficiência desde o primeiro contato com o paciente, até a chegada ao hospital. Danuzio explicou graças ao trabalho que desenvolve, existe um planejamento para incluir a cidade de Serra Talhada entre as cidades certificadas pela iniciativa Angels, um projeto internacional que promove o atendimento de excelência ao AVC e acredita serviços e cidades. 

O médico Danuzio Oliveira durante o Simpósio do Sertão do Pajeú.

“Para mim é uma alegria, uma satisfação poder participar desse primeiro simpósio científico, onde a gente pôde mostrar um pouco do trabalho que a gente desenvolve aqui na nossa região. Um trabalho que envolve a assistência, a comunidade e a pesquisa. Por meio desses simpósios queremos fortalecer e buscar parceiros para que essas atividades que a gente desenvolve aqui no sertão possam ser somadas” finalizou o médico.