CD aprova medidas restritivas diante do agravamento da crise sanitária  

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Claudia Lima / CCS
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Para resguardar a vida e manter os serviços essenciais da Fiocruz diante do agravamento da pandemia de Covid-19, o Conselho Deliberativo aprovou na reunião de ontem (23/3) a adoção de uma série de providências de restrição do trabalho presencial. A proposta apresentada pela Coordenação das ações da Fiocruz no enfrentamento da pandemia de Covid-19 considerou o quadro de aceleração do número de casos da doença e de mortes provocadas pelo vírus Sar-CoV-2, além do risco de colapso da rede de assistência.   

O CD determinou que devem ser mantidas com trabalho presencial apenas as atividades essenciais, conforme definido no Plano de Contingência da Fiocruz, que será atualizado. As demais atividades devem ser realizadas remotamente, sempre que possível. O transporte coletivo, no Rio de Janeiro, e o serviço de alimentação devem ser mantidos para os trabalhadores em serviços presenciais.  

As obras e serviços de manutenção que não comprometam o funcionamento dos campi serão paralisadas temporariamente, assim como os serviços da creche Fiocruz do Rio de Janeiro. Os conselheiros recomendam a estreita comunicação sobre a evolução do contexto com a comunidade Fiocruz, especialmente com os interlocutores das unidades com a Coordenação das ações de enfrentamento da pandemia. 

No caso do município do Rio, o CD levou em consideração o Decreto Rio nº 48.644, de 22/3, que determinou medidas emergenciais restritivas para atividades não essenciais e permanência de pessoas em áreas públicas pelo período de dez dias. Portanto, a Fiocruz permanecerá em funcionamento, com a adoção das medidas de proteção coletiva e individual estabelecidas no seu Plano de Contingência, sem antecipação de feriados. As medidas entram em vigor em nesta sexta-feira (26/3). 

Vacinação da força de trabalho 

O coordenador de Vigilância e Laboratórios de Referência deu informe quanto à estratégia para vacinação. Rivaldo Venâncio enfatizou que a intenção é vacinar todos os trabalhadores, conforme a disponibilidade de vacina e seguindo os critérios estabelecidos pelo Programa Nacional de Vacinação (PNI). Em interação com o Programa Nacional de Imunizações e o Comitê Científico do Rio de Janeiro, foram definidos como prioridade os profissionais que atuam em toda a cadeia de produção da vacina.
 
Assim, as prioridades institucionais no momento são as áreas de assistência do INI, IFF, ambulatórios, Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria (CSEGSF/Ensp), Núcleo de Saúde do Trabalhador (CST, Farmanguinhos, Bio-Manguinhos, IFF e INI); laboratórios que lidam com a Covid-19, incluindo os de pesquisa; e áreas de produção, no sentido amplo, considerando toda a cadeia produtiva. A coordenação do processo é do Grupo de Trabalho responsável pelo Plano de Contingência em interação com as unidades.

Agravamento da pandemia 

A orientação é restringir ao máximo o contato presencial para proteger os trabalhadores, estudantes e demais colaboradores. No Boletim Extraordinário do Observatório Covid-19 da Fiocruz divulgado ontem (23/3), os pesquisadores chamam atenção para a necessidade da adoção de medidas rígidas para o bloqueio da transmissão da doença em todos os estados, capitais e municípios que se encontram na zona de alerta crítico.  

As principais recomendações apontadas são a restrição das atividades não essenciais por cerca de 14 dias, para redução de aproximadamente 40% da transmissão, e o uso obrigatório de másc​aras por pelo menos 80% da população. O documento destaca ainda o agravamento do cenário nacional, que apresenta valores extremamente altos de casos e óbitos diários por Covid-19, a preocupante permanência da tendência de aceleração da transmissão do Sars-CoV-2 e o quadro muito crítico das taxas de ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos no Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o Brasil. 

De acordo com os dados, ocorreram, em média, 73 mil casos diários e 2 mil óbitos por dia na última semana epidemiológica analisada (período de 14 a 20 de março de 2021). Além disso, o número de casos cresce a uma taxa de 0,3% ao dia e o número de óbitos por Covid-19 aumentou para 3,2% ao dia, um ritmo ainda maior do que o das semanas anteriores. Também foi observado um aumento desproporcional da mortalidade no país, passando de cerca de 2% no final de 2020 para 3,1% agora em março.