Sob a coordenação da pesquisadora do ILMD/Fiocruz Amazônia, Ormezinda Fernandes, o projeto Aspectos Socioambientais, Epidemiológicos e Avaliação Microbiológica de Amostras Clínicas e Ambientais na comunidade rural do Limão, localizado no município de Iranduba (a 25 quilômetros de Manaus), entra em sua segunda fase neste ano.
A previsão é que o grupo de pesquisadores retorne ao Lago do Limão na próxima semana (18 a 22 de janeiro) para intensificar a coleta de água por conta da sazonalidade da estação climática: períodos de seca e enchente que atingem a região. Além disso, o grupo pesquisa as alterações microbiológicas da área associadas ao largo crescimento imobiliário que Iranduba e adjacências têm vivido nos últimos 4 anos, desde que a ponte Rio Negro foi inaugurada.
A pesquisa é financiada por meio do Programa de Excelência em Pesquisa Básica e Aplicada em Saúde da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Proep/Fapeam) e desenvolvida por pesquisadores do ILMD/Fiocruz Amazônia por meio do Laboratório Diversidade Microbiana da Amazônia de Importância para a Saúde (Ldmais) da instituição. O projeto tem como finalidade fazer uma avaliação microbiológica da água, do solo e da poeira das casas dos moradores da comunidade, de forma a investigar possíveis doenças que estejam atingindo aquela região.
Os resultados preliminares já observados em um relatório parcial refletem a ausência de saneamento básico adequado da região estudada, disse a pesquisadora. “Desta forma, recomendamos a implementação de ações como tratamento, controle e prevenção, visando a promoção da saúde para a população em questão”, acrescenta.
Ela disse, ainda, que o relatório parcial aponta a presença de microorganismos na água e solo, entre os quais fungos que podem vir a causar doenças. “Encontramos presença de fungos na água, o que não é muito comum. Detectamos ainda algumas parasitoses presentes no solo e nas fezes. Nosso projeto abriga as três linhas do laboratório, que são bactérias, fungos e parasitas e queremos trabalhar com a questão da saúde e ambiente daquele lugar”, completa.
Ainda neste ano, a equipe de trabalho vai dar início à análise dos dados preliminares já coletados para basear a conclusão da pesquisa, com o relatório final no próximo ano. A pesquisa iniciou em novembro de 2014 e se encerra em outubro de 2017 e envolve sete pesquisadores do ILMD/Fiocruz Amazônia, oito bolsistas Pibic e dois alunos de mestrado.
No Lago do Limão, vivem cerca de 2,5 mil pessoas e a maioria está assentada na Vila do Limão e outros em ramais que compõem aquela localidade. A principal fonte de renda dos moradores são a agricultura e piscicultura.