“Admiro muito o trabalho da Fiocruz, que tem incentivado muito a divulgação científica, também em relação à comunicação e formação de recursos humanos. Participei há alguns dias de uma atividade sobre o tema no Museu da Vida [Fiocruz-RJ] e agora deste evento realizado pela Fiocruz Brasília”, ressaltou Simone Pallone, durante a Semana de Divulgação Científica da Fiocruz Brasília.
“Divulgação é o ponto chave. A divulgação da divulgação científica. Se não divulgarmos uma nova edição, um novo episódio do nosso programa de webrádio, ele não é visto e acessado. Não adianta só fazer a divulgação científica, sem estar associada à divulgação nas redes sociais, redes de contato, nos veículos institucionais, por exemplo”, destacou Simone Pallone.
Para a pesquisadora, a distância entre os criadores do conhecimento e a opinião pública é reduzida pela própria divulgação científica. “Esse é o meio de reduzir esse espaço existente, seja pelo jornalismo científico, pelo teatro, cinema, literatura, exposições em museus, trazendo o que se faz em Ciência nas instituições para o público em geral”, afirma.
Simone apresentou algumas atuações do Labjor em divulgação científica desenvolvidas pelo Laboratório, e destacou, entre elas, a formação de divulgadores científicos no país. Em quase 10 anos de atuação, mais de 300 profissionais, entre jornalistas e cientistas, já foram formados. Outra iniciativa é a realização de eventos, palestras e apresentação de trabalhos.
Ao apresentar as experiências do Labjor, como a Revista eletrônica Comciência, Simone ressaltou algumas de suas características, e vantagens dos formatos adotados, como facilidade de produção, formato e o baixo custo, além de boa avaliação pela Capes e as várias formas de acesso. A pesquisadora ressaltou, ainda, as estratégias de divulgação, como importante ferramenta para a divulgação científica. “Lançamos boletim para divulgar as novas edições, e divulgamos a revista nas redes sociais, onde conseguimos muitos acessos via Facebook e Twitter”, exemplificou. Outra iniciativa é o programa de webrádio e podcast Oxigênio, na qual a pesquisadora destacou o formato dos programas, que unem jornalismo e entretenimento. “Buscamos fazer avaliações periódicas, e, como temos possibilidade de mudar, considero interessante mudar o formato de acordo com o que as pessoas querem fazer. Não devemos ser estanques”, diz.
“O meio que encontramos para divulgar a ciência foi pelo jornalismo, o jornalismo científico, como deve ser. Buscando sempre ouvir o outro lado, ou várias fontes, investigar, e não ser só porta voz do cientista e da ciência. Abordamos controvérsias científica e estimulamos o debate”, complementa. “É um desafio para quem trabalha com a divulgação tentar mostrar para o público geral o que a ciência tem a ver com o seu cotidiano”, acrescentou a pesquisadora do Labjor (Unicamp), visto que em todo o cotidiano vivido pela sociedade há um trabalho científico por traz.
Fazer mais uso de linguagens, formatos e recursos diferentes. Ampliar o acesso dos conteúdos de divulgação científica aos mais diversos públicos da sociedade. “Nossa revista científica online não está disponível a todos, porque nem todos tem acesso à internet. Já a nossa webrádio, acredito que alcança mais a sociedade que outros veículos. Temos que desenvolver mais produtos que alcancem outros rincões”, complementa Simone, ao refletir sobre como fortalecer a divulgação da ciência no país.
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