Nesta quinta-feira (27/3), o campus da Fiocruz Mata Atlântica deu início à temporada de 2025 do ciclo de palestras Seminários Fiocruz Mata Atlântica, com a palestra Promoção da Saúde: De que se trata, afinal?. A apresentação foi ministrada pela psicóloga e doutora em Saúde Coletiva Adriana Miranda de Castro. Na palestra, foram apresentados diversos conceitos sobre Promoção da Saúde e os desafios para a sua concretização nos territórios.
“Quando pensamos em trabalhar a Promoção da Saúde, é preciso perceber a perspectiva que se adota. Trata-se do conceito da saúde no sentido da qualidade de vida e da ampliação dos graus de autonomia do sujeito na construção dos modos de viver”, destacou Adriana, que atua na Coordenação de Promoção da Saúde da Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS); na coordenação do Curso de Especialização Multiprofissional em Promoção da Saúde no Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF); e como professora do Programa de Pós-Graduação em Saúde da Criança e da Mulher do IFF.
“Ofertar é diferente de prescrever” foi uma frase impactante da palestra, que apontou para a transversalidade como movimento entre global e local, investimento na construção da escuta e do diálogo e incentivo à capacidade reflexiva das pessoas frente às informações e situações da vida. “Não se coloca em prática a promoção da saúde sem a escuta do sujeito”, enfatizou Adriana. “A promoção da saúde acontece no encontro entre a busca por garantia de direitos, expressa na formulação e implementação de políticas públicas, na melhoria dos determinantes sociais da saúde, na defesa do SUS, na transformação dos processos de construção de saberes. Ela se dá na articulação entre território, autonomia e equidade por meio da escuta, atitude freiriana e compartilhamento.
Como exemplo exitoso de ação de promoção da saúde, a palestrante relembrou as campanhas antitabagismo no Brasil. “Ela não proíbe a pessoa de ser fumante, mas ataca toda a cadeia produtiva para transformar os processos econômicos da agricultura até a saúde do trabalhador, aponta os riscos, dificulta a adesão simbólica ao fumar e, também, oferta programas no SUS às pessoas que desejam parar de fumar”, recordou.
Os Seminários Fiocruz Mata Atlântica acontecem uma vez ao mês, com temas de relevância para a construção coletiva de temáticas para a Fiocruz Mata Atlântica. A próxima palestra será dia 24 de abril, com apresentação de André Sobrinho, da Coordenação de Cooperação Social da Fiocruz, sobre o tema Reflexões sobre a Condição Juvenil e o Direito à Saúde.