É a crise, não há quem negue. E como em todas as crises, a narrativa sobre seus significados, causas e desdobramentos é um dos objetos em disputa.
A grande mídia cumpre seu papel. Aliada dos grupos que fabricam e gerem as crises, tenta passar a ideia de que a debacle financeira não é mais do que produto da tristeza de um mercado a quem maus políticos contrariam.
É essa a voz que tenta impor sua versão da história e fazer do algoz, o capital com suas crises cíclicas, a vítima. (Entre as muitas contrariedades que lhe são impostas pelos políticos, o excesso de direitos, ainda que de excessivo pouco se tenha em termos de direito, por essas plagas).
Por sorte que há outra vozes, outros diálogos. Com a proposta de oferecer um espaço livre de reflexão e conversa, foi lançada a Revista Intervozes. A publicação é uma parceria da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz) com a Faculdade Arthur Sá Erp Neto (FASE), de Petrópolis e a Universidade Federal Fluminense (UFF).
A ideia dos editores é atrair novos olhares sobre os temas relacionados às transformações no mundo do trabalho e as condições de vida e saúde da população.
Intervozes, segundo o editorial de seu número de lançamento, disponível online neste link, vai abordar temas como a gestão do trabalho nas organizações, os sentidos e representações envolvidos na produção e reprodução do trabalho e os aspectos culturais relacionados à essa dinâmica.