O coordenador do Centro de Relações Internacionais em Saúde (Cris/Fiocruz), Paulo Buss, assina junto a outros 19 sanitaristas de vários países e de todos os continentes uma carta aberta publicada na semana passada no prestigiado jornal de medicina The Lancet, na qual afirmam que a elaboração de um tratado global sobre o direito humano à saúde deve ser a prioridade máxima do próximo diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS).
No documento, os estudiosos afirmam que “a saúde global com justiça requer a cooperação internacional e responsabilidades compartilhadas a nível doméstico e internacional, baseando-se nos direitos humanos, com critérios precisos e mecanismos de transparência”.
Os principais problemas com a governança em saúde, segundo a carta, são a ausência de mecanismos de prestação de contas, a persistência das desigualdades, o financiamento insuficiente e os efeitos danosos de setores não diretamente ligados à saúde.
O texto termina conclamando o futuro diretor-geral da OMS a um "esforço histórico para aliar a governança nacional e global para a saúde com os direitos humanos, aproximando o mundo da saúde global com justiça".
O novo diretor-geral da OMS será eleito em maio de 2017. Atualmente, seis candidatos postulam o cargo.