Fiocruz Mata Atlântica promove atividade em comemoração ao Dia Mundial da Abelha

Por Isis Breves (FMA/VPAAPS)
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Dia 20 de maio é o Dia Mundial da Abelha. Data instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) devido a sua relevância para a conservação da vida na terra.  Para celebrar esta data, a Fiocruz Mata Atlântica da Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS/Fiocruz),  através da Sala Verde Diálogos em Biodiversidade, Ambiente e Saúde irá promover uma atividade especial com os alunos da Escola Municipal Leôncio Côrrea, da Zona Oeste do Rio. A programação incluirá visitação ao Meliponário do Horto-Escola do campus, recém revitalizado, o qual abriga espécies nativas de abelhas sem ferrão e atividades de educação ambiental na Sala Verde sobre a temática com o meliponicultor Christiano Figueira, Coordenador do Projeto Natureza Doce do Parque Estadual da Pedra Branca e a visita da coordenadora Regional do Programa de Escolas Associadas Unesco no Estado do Rio de Janeiro, Maria Cecília Cury. 

“A atividade teve como finalidade apresentar aos alunos a importância das abelhas para a preservação do meio ambiente. Realizamos manejo das abelhas e degustação de mel”, falou Christiano Figueira. Já Maria Cecília Cury veio conhecer de perto as atividades desenvolvidas pela Sala Verde e a Data do Dia Mundial da Abelha não foi por acaso. “A Unesco atua com escolas públicas e privadas que possuem o interesse voluntário de ser uma escola integrante do Programa de Escolas Associadas Unesco (Rede PEA Unesco) O PEA é uma Rede de Escolas comprometido a promover os ideais, valores e prioridades da UNESCO, criado em 1953. Hoje, são 10.000 Escolas em 180 países. No Brasil, somos 583 instituições associadas, que trabalham para construir ativamente um mundo mais justo, pacífico, inclusivo e sustentável. Nesse contexto, o Dia Mundial da Abelha é uma das datas relevantes que a Unesco apoia pela importância das abelhas na manutenção da biodiversidade e na restauração de ecossistemas”, explicou Cury.

Há uma associação histórica entre plantas e polinizadores. A interação entre orquídeas e abelhas é um exemplo impressionante de co-evolução, algumas orquídeas apresentam flores com forma, cores e cheiros específicos para a atração de abelhas. Segundo os autores Isabela Galarda Varassin e Laércio Peixoto do Amaral Neto do capítulo 7, do livro Biologia da Polinização, as abelhas também polinizam outros grupos de plantas e apresentam de modo geral uma preferência para visitar flores com cheiro adocicado e cítrico e flores de cores branca, amarelo e azul, a sinergia dessas características podem aumentar a atração para a polinização, existem ainda flores que apresentam guias de néctar. “Além da sua importância para a manutenção da diversidade da Mata Atlântica, a polinização por abelhas representa um importante papel na produção de alimentos, de alguns cultivares como maçã, melancia, maracujá, cacau, entre outros. A sua extinção não causará apenas a perda da biodiversidade, mas também a queda significativa na produção de alimentos. A destruição dos ecossistemas, e o uso de herbicida constituem uma séria ameaça a sua sobrevivência”, explica Andrea Vanini, Coordenadora Ajunta da Fiocruz Mata Atlântica. 

Segundo a Coordenadora da Área de Educação em Biodiversidade e Saúde da Fiocruz Mata Atlântica, Lúcia Santana, “a Sala Verde é uma iniciativa do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima em âmbito nacional que chancela um espaço que atua como centro de informação e formação ambiental e que confere certificação de adesão no sistema, o que garante ao espaço credibilidade e fortalecimento em seu território de abrangência. Essa iniciativa do Dia Mundial da Abelha reforça o objetivo da Sala Verde em contribuir e estimular a discussão crítica, organização e fortalecimento de identidades locais e comunidades, como um todo. E a nossa temática é pautada pelo bioma da mata atlântica”. 

Atualmente, existem cerca de 20 mil espécies descritas no mundo, sendo 3 mil encontradas no Brasil. A maior parte das abelhas podem ser criadas e manejadas com técnicas adequadas, em áreas rurais e urbanas. As mais procuradas, as abelhas nativas sem ferrão, contam com mais de 300 espécies brasileiras, como a jataí, iraí, mandaçaia, entre outras, presentes no Meliponário da Fiocruz Mata Atlântica.  Viva as abelhas! 

Saiba mais:  Conheça o documentário “Doce Colônia” sobre criação de abelhas que resgata a memória da Colônia Juliano Moreira.   

O documentário produzido pela Fiocruz Mata Atlântica de autoria de Sigrid Hoppe  traz informações sobre a criação de abelhas na região da Colônia Juliano Moreira, Jacarepaguá, Rio de Janeiro, através do relato de seis pessoas envolvidas afetivamente com a atividade, desde meados da década de 1970 até o ano de 2023. O objetivo do documentário é registrar a memória sobre esta prática, incentivar sua continuidade e a conservação destas espécies. O documentário está disponível no Canal da Fiocruz Mata Atlântica do Youtube.  

Para assistir acesse o link: https://www.youtube.com/watch?v=hZ22_ynOqaM