Em 2016, um estudo liderado por Marie T. Fluent, da OSAP – sigla em inglês para Organização para Segurança, Assepsia e Prevenção, dos EUA, apontava que cerca de 10% das prescrições de antibióticos eram realizadas por cirurgiões-dentistas, o que levaria, segundo a especialista a que os profissionais tivessem “um papel fundamental no uso adequado de antibióticos”, buscando os melhores resultados no tratamento e evitando, assim, a propagação da resistência bacteriana. Os dentistas utilizam o antibiótico de forma preventiva (o chamado uso profilático) ou para tratar uma infecção (o uso curativo).
Se há uma preocupação na orientação de como os dentistas devem fazer o uso de antibióticos, o mesmo vale para os pacientes que, ao evitar ir ao dentista e consumir, sem orientação médica, antibióticos por conta própria podem ter problemas como dor de estômago, náuseas, diarreia, reações alérgicas e até choque anafilático.
Segundo a odontóloga e especialista em Saúde Pública, Cristine Nobre, da Unidade Básica de Saúde José Dias Barbosa, na zona rural de Pirpirituba, na Paraíba, há também o grande risco de o paciente perder o dente: “muitas vezes temos que remover realmente o fator causal para diminuir a questão da infecção, quer dizer, só administrando antibióticos, a gente sabe que não vai ter um bom resultado”.
Daí ser fundamental que o paciente adote algumas medidas simples como tomar apenas o antibiótico prescrito pelo seu dentista e como foi receitado por ele, e evitar guardar antibióticos para tomar outras vezes, quando o problema surgir novamente ou tomá-lo para outras doenças.
Acesse o podcast Fiocruz no Ar: dentistas e uso de antibióticos.