As Relações da Saúde Pública com a Imprensa: Fake News e Saúde 2019 (Abertura)

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Presente nas rodas de conversas, em discussões de trabalho, nos tablets, celulares, computadores e grupos virtuais. Não só as milhares de fake news, mas o próprio termo, tem viralizado na era digital da atualidade. E de que forma essas informações falsas interferem na saúde e comportamento das pessoas?

Estimular a reflexão sobre como a sociedade tem se relacionado e atuado na veiculação dessas desinformações é a proposta do II Seminário Internacional e VI Seminário Nacional As Relações da Saúde Pública com a Imprensa: Fake News, realizado pela Fiocruz Brasília entre os dias 18 e 21 de março, na capital federal. A abertura oficial do evento foi realizada na manhã desta terça-feira (19/3).

Para o coordenador do evento, Wagner Vasconcelos, falar de falsas notícias não se trata, necessariamente, de abordar algo novo. “Entretanto, o desafio que se coloca agora é lidar com o fenômeno da multiplicação acelerada desse tipo de informação e a dimensão alcançada. Isto é o que mais nos inquieta, atualmente, do ponto de vista de comunicação”. De acordo com Vasconcelos, as fake news sustentam-se na comunicação, o que ressalta a importância do Seminário. “Este é um evento sobre comunicação, e particularmente em comunicação em saúde. Esse fenômeno ressalta a comunicação como estratégica para diversos setores. No campo da saúde, ela ainda é mais estratégica. É necessário que tenhamos isso muito presente em nossas práticas”.

O medo e a crença no outro são aspectos ressaltados pela coordenadora de Comunicação Social da Fiocruz (CCS), Elisa Andries, como motivadores da disseminação de informações falsas. “Percebemos que, desde 2015, as fake news em saúde estão muito associadas ao medo. As pessoas clicam e disseminam os assuntos por conta do medo que sentem em relação às doenças. A emoção das pessoas, o tempo e a confiança em quem repassa as informações tem um peso muito grande”. Para Andries, que representou a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade, na abertura oficial do Seminário, as notícias circulam mais rapidamente porque são enviadas por pessoas conhecidas. “Este é um desafio muito grande para nós que trabalhamos na comunicação e uma preocupação imensa com a população que recebe notícias falsas e acaba disseminando também para outros grupos informações sobre vacinas e doenças infectocontagiosas como o sarampo. Temos vivido diariamente o grande desafio de estar trabalhando com a verdade”.

Para a diretora da Fiocruz Brasília, Fabiana Damásio, um dos pontos principais ao se discutir as fake news é observar o quanto uma informação pode interferir na sustentabilidade de uma política pública. “Quando pensamos em um debate sobre fake news e reunimos profissionais com diversas formações é exatamente para refletirmos sobre o que está acontecendo hoje no Brasil em termos de proliferação de informações, de divulgações instantâneas por meio de diversos dispositivos e nas redes sociais, e que também possamos pensar nesse impacto para as políticas públicas”.

A edição de 2019 reuniu, entre profissionais de saúde, comunicação e acadêmicos, participantes de várias instituições, como faculdades de Comunicação e de Saúde do Distrito Federal, e foi financiada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES. Entre as novidades implementadas ao longo das edições, no início de 2019 houve a publicação do primeiro e-book do Seminário RSPI, que reúne conteúdo do evento anterior, realizado em 2017: https://www.fiocruzbrasilia.fiocruz.br/fiocruz-brasilia-lanca-serie-sob…

Há 11 anos, a Fiocruz Brasília promove os seminários As Relações da Saúde Pública com a Imprensa. Idealizado pela Assessoria de Comunicação (Ascom) da instituição, o evento já abordou vários temas de interesse direto da sociedade, com o propósito de motivar aproximações entre o setor público, a academia, a mídia e a sociedade. “Esse seminário, realizado desde 2008, busca aproximações entre mundos que do nosso ponto de vista são essenciais para qualidade de vida e para o bem da sociedade brasileira”, afirmou Vasconcelos, coordenador do evento.

Como expectativas, Damásio ressalta a importância de propor estratégias concretas de ações coletivas para lidar com esse fenômeno. “Saúde pública diz respeito à vida das pessoas e precisamos abordar esta questão de forma ética, crítica e, principalmente, de forma vigilante e transparente”. Para a diretora, promover o Seminário com o tema proposto evidencia também o compromisso que a Fiocruz vem assumindo na sociedade com a cidadania.

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