InfoGripe: influenza A segue em crescimento no Brasil

By Regina Castro (Agência Fiocruz de Notícias)
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A nova edição do Boletim InfoGripe da Fiocruz alerta que a influenza A segue em franco crescimento na maior parte do país, especialmente na região Centro-Sul, mas também em diversos estados do Norte e Nordeste. Divulgada nesta quinta-feira (22/5), a análise ainda aponta para aumento de casos, em diversos estados, de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por Vírus Sincicial Respiratório (VSR), que mantém impacto expressivo nas hospitalizações de crianças de dois a quatro anos e na mortalidade até os dois anos.

A atualização do Boletim é referente à Semana Epidemiológica 20, período de 11 a 17 de maio. Os dados reforçam que influenza A segue sendo a principal causa de mortalidade por SRAG em idosos e uma das três principais causas de óbitos por SRAG entre as crianças. Por outro lado, a análise indica que no Distrito Federal e em alguns estados, como Goiás e São Paulo, o crescimento de VSR tem desacelerado, porém em patamares ainda muito altos de incidência.  

Pesquisadora do Programa de Computação Científica da Fiocruz e do InfoGripe, Tatiana Portella ressalta que as pessoas devem estar com a caderneta de vacinação em dia. “Todas as faixas etárias podem se beneficiar da vacina. Quem não faz parte dos grupos prioritários, e se seu município ampliou a vacinação para toda a população a partir de 6 meses, aproveite também para se vacinar”, orienta a pesquisadora. “No mais, está mantida a recomendação de uso de máscaras em locais fechados, com maior aglomeração de pessoas e dentro dos postos de saúde. Assim como a manutenção de medidas de etiqueta respiratória”.

Estados e capitais

Em nível nacional, observa-se aumento de SRAG tanto nas tendências de longo quanto de curto prazo. Esse cenário está relacionado ao crescimento dos casos de SRAG por influenza A e VSR em diversos estados do país. Na presente atualização, verifica-se que 20 das 27 unidades federativas apresentam incidência de SRAG em nível de alerta, risco ou alto risco com sinal de crescimento na tendência de longo prazo: Acre, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pará, Pernambuco, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, São Paulo e Tocantins.

Com relação à SRAG por influenza A e VSR, o crescimento expressivo de casos, em níveis de incidência de moderado a muito alto, ocorre nos seguintes estado do Centro-Sul: Espirito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina; do Norte: Acre, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins; e do Nordeste: Bahia, Ceará, Maranhão e Pernambuco.  

“Os casos de SRAG por VSR, que afetam principalmente crianças de até dois anos, já apresentam sinais de desaceleração do crescimento em alguns estados do Centro-Oeste, além de São Paulo, embora ainda permaneçam em patamares muito altos de incidência. No entanto, nos estados do Espírito Santo e Maranhão, onde havia tendência de queda ou estabilização, já se verifica tendência de retomada do crescimento”, comenta Portella.

Até a SE 20, 16 das 27 capitais apresentaram nível de atividade de SRAG em alerta, risco ou alto risco (últimas duas semanas), com sinal de crescimento na tendência de longo: Aracaju (Sergipe), Belo Horizonte (Minas Gerias), Boa Vista (Roraima), Curitiba (Paraná), Florianópolis (Santa Catarina), João Pessoa (Paraíba), Manaus (Amazonas), Natal (Rio Grande do Norte), Palmas (Tocantins), Porto Alegre (Rio Grande do Sul), Porto Velho (Rondônia), Recife (Pernambuco), Rio de Janeiro (Rio de Janeiro), Salvador (Bahia), São Paulo (São Paulo) e Vitoria (Espírito Santo).

Cenário nacional

Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 33,3% para influenza A; 0,9% para influenza B; 53,6% para VSR; 14,6% para rinovírus; e 2,3% para SAars-CoV-2 (Covid-19). Entre os óbitos, a presença destes mesmos vírus entre os positivos e no mesmo recorte temporal foi de 69,7% para influenza A; 1,3% para influenza B; 13% para VSR; 9% para rinovírus; e 8,1% para Sars-CoV-2 (Covid-19).