Foi lançada na quarta-feira (25/4) a etapa de São Paulo do projeto Jovens Defensores Populares. Idealizado pela Agenda Jovem Fiocruz, a Secretaria de Acesso à Justiça do Ministério da Justiça e Segurança Pública (Saju/MJSP), em parceria com a Secretaria Nacional da Juventude (SNJ), o projeto tem como objetivo formar mil jovens de 18 a 29 anos para atuação na promoção e defesa dos direitos humanos em suas comunidades. O lançamento levou cerca de 200 jovens para o auditório da Faculdade de Direito da USP, no Largo São Francisco, na capital paulista.
Metodologia de educação popular é construída para realidade dos jovens (Foto: Cooperação Social da Fiocruz)
A cerimônia de lançamento contou com a presença de representantes do Ministério da Justiça, Antonio Padre, e da Secretaria Nacional da Juventude (SNJ), Jessi Daiane, respectivamente, além das deputadas estaduais Paula Nunes (Psol-SP) e Simone Nascimento (Psol-SP), do deputado estadual Teonilio Barba (PT-SP), da vereadora de Ribeirão Preto Duda Hidalgo (PT-SP), do representantes do mandato dos deputados federais Juliana Cardoso (PT-SP) e Orlando Silva (PT-SP), do gabinete da vereadora Marina Bragante (Rede-SP), de movimentos sociais e dezenas de jovens engajados na iniciativa. Durante o evento foram apresentadas as principais ações do programa, incluindo o percurso formativo com conteúdos sobre direitos, políticas públicas, com pesquisa e diagnóstico em territórios, além de ações práticas para identificação de violações e proposição de soluções locais.
“A construção do projeto envolve fornecer a essa juventude uma oportunidade. Oportunidade que por vezes foi tirada. É dar conhecimento para que eles mudem o futuro. E conseguir construir juntos uma ação estratégica que vai impactar os territórios e suas realidades. E o que a gente quer nesse projeto é que essa juventude possa sonhar alto, acreditar que não tenha lugar que os jovens queiram ocupar que eles não possam ocupar”, destacou Sheila de Carvalho, da Secretaria de Acesso à Justiça do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
Entre os temas abordados na formação estão direitos civis, políticos, econômicos, sociais, culturais, ambientais e direitos a partir das lutas por reconhecimento. A metodologia é construída a partir do diálogo com a realidade dos jovens e com base em princípios de educação popular.
André Sobrinho, coordenador da AJF (foto: cooperação social da Fiocruz)
André Sobrinho, responsável pela execução da iniciativa a partir da experiência da Agenda Jovem Fiocruz com movimentos sociais, destacou o foco do projeto em fortalecer uma cultura de cidadania em territórios vulnerabilizados. "Estamos cumprindo mais uma etapa deste projeto, a implementação em São Paulo. Aqui, serão sete turmas de diferentes territórios periféricos cujos jovens terão oportunidade de participar de uma formação que oferecerá instrumentos para conhecerem os direitos, identificar violações, experimentar práticas sociais, educativas, de comunicação e artísticas que promovam uma cultura de direitos para juventude em seus territórios".
O coordenador nacional do projeto, Seimour Souza, enfatizou que a política pública é feita por muitas mãos: “Ver a pluralidade dessa sala já é uma conquista. É a reafirmação de que é possível sonhar. A juventude não é futuro, é o presente do nosso país”.
O projeto
O projeto da Secretaria de Acesso à Justiça (Saju/MJSP), executado pela Fiocruz, é conduzido pela Agenda Jovem Fiocruz e pela Coordenação de Cooperação Social da Presidência dentro da instituição, priorizando jovens de regiões periféricas, favelas, comunidades tradicionais e de baixa renda. O programa será desenvolvido no Distrito Federal e em cinco estados: Pará, Pernambuco, Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo. Os municípios participantes são os identificados pelo Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci). Além disso, o projeto integra o plano Crescer em Paz: Estratégia de Justiça e Segurança Pública para Proteção de Crianças e Adolescentes, do Governo Federal.
Com atuação em escala nacional, o programa tem sido visto pelas instituições promotoras como um marco na articulação entre juventude, educação e justiça social. A expectativa é que ele se torne uma política pública permanente nos próximos anos.