InfoGripe Mantém o Alerta Para o Aumento de Casos de VSR Em Crianças

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Regina Castro (Agência Fiocruz de Notícias)
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A nova edição do Boletim InfoGripe da Fiocruz mostra um cenário epidemiológico semelhante ao de semanas anteriores, que afeta mais as crianças e os adolescentes. As internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) associadas ao Vírus Sincicial Respiratório (VSR) continuam aumentando em crianças de até dois anos, enquanto os casos de rinovírus crescem na faixa etária de dois a 14 anos. A análise, divulgada nesta quinta-feira (17/4), é referente Semana Epidemiológica (SE) 15, período de 6 a 12 de abril.

 

A alta das internações nas crianças, principalmente por VSR, atinge principalmente os estados das regiões Norte, Centro-Oeste e Sudeste. No entanto, segue avançando também para as regiões Sul e Nordeste do país. A análise destaca ainda a tendência de manutenção do aumento de SRAG, associado ao vírus da influenza, em níveis de incidência muito alto entre idosos no Mato Grosso do Sul.

Diante do início da temporada no país do vírus da influenza, que já resulta em níveis elevados de internações no Mato Grosso do Sul, a pesquisadora Tatiana Portella, do Programa de Computação Científica da Fiocruz e do InfoGripe, alerta para a importância  de que todas as pessoas dos grupos de risco se vacinem o quanto antes contra o vírus. "Também reforçamos alguns cuidados importantes neste período de alta circulação de vírus respiratórios, como o uso de máscaras dentro dos postos de saúde, em locais fechados e com maior aglomeração de pessoas. Em caso de sintomas de gripe ou resfriado, é fundamental sair de casa usando uma boa máscara, para evitar a transmissão desses vírus para outras pessoas. Se for possível fazer isolamento dentro de casa, melhor ainda”, recomenda.

No quadro nacional, o estudo sinaliza para  aumento de SRAG em vários estados do país na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) e de curto prazo (últimas três semanas),  causado  principalmente pelo crescimento do VSR nas crianças pequenas.
 
Estados e capitais

Gráficos do InfoGripe.

 

A atualização aponta que 15 das 27 unidades federativas apresentam incidência de SRAG em nível de alerta, risco ou alto risco (últimas duas semanas), com sinal de crescimento na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) até a SE 15: Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Sergipe Rio de Janeiro e São Paulo. A manutenção ou início do aumento de SRAG com nível de incidência de moderado a muito alto em muitos estados das regiões Norte, Centro-Oeste, Sudeste e Nordeste ocorre principalmente em menores de até dois anos e é causado essencialmente pelo VSR.

O Boletim ressalta também que, apesar dos estados do Sul não apresentarem incidência de SRAG em níveis de risco, os casos de SRAG por VSR entre crianças pequenas no Paraná e Santa Catarina seguem aumentando, já alcançando níveis de incidência moderado para essa faixa etária. No Acre, Bahia, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro e Sergipe, o rinovírus também tem contribuído para o aumento de SRAG entre crianças e adolescentes de dois até 14 anos.  Já no Mato Grosso do Sul, observa-se manutenção do aumento de SRAG entre jovens, adultos e idosos, associado ao vírus da influenza A.

Dezesseis das 27 capitais apresentam nível de atividade de SRAG em alerta, risco ou alto risco (nas últimas duas semanas), com tendência de crescimento no longo prazo (últimas seis  semanas) até a SE 15: Aracaju (SE), Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Campo Grande (MS), Florianópolis (SC), Goiânia (GO), João Pessoa (PB), Macapá (AP), Manaus (AM), Porto Alegre (RS), Rio Branco (AC), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), São Luís (MA) e Vitoria (ES).

Casos e óbitos em 2025

Referente ao ano epidemiológico 2025, já foram notificados 36.097 casos de SRAG, sendo 14.857 (41,2%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 15.692 (43,5%) negativos, e ao menos 3.226 (8,9%) aguardando resultado laboratorial. Dados de positividade para semanas recentes estão sujeitos a grandes alterações em atualizações seguintes por conta do fluxo de notificação de casos e inserção do resultado laboratorial associado.

Entre os casos positivos do ano corrente, observou-se 7,9% de influenza A, 1,8% de influenza B, 33,1% de vírus sincicial respiratório, 29,8% de rinovírus, e 26% de Sars-CoV-2 (Covid-19). Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 12,3% de influenza A, 1,2% de influenza B, 54,6% de VSR, 29,1% de rinovírus, e 5,8% de Sars-CoV-2 (Covid-19).

Quanto aos óbitos por SRAG em 2025, já foram registrados 2.330 casos, sendo 1.032 (44,3%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 1.072 (46%) negativos, e ao menos 56 (2,4%) aguardando resultado laboratorial.

Entre os óbitos do ano corrente, verificou-se 8,8% de influenza A, 2,5% de influenza B, 3,3% de VSR, 10,3% de rinovírus, e 71,9% de Sars-CoV-2 (Covid-19). Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os óbitos positivos foi de 21% de influenza A, 2,3% de influenza B, 7,4% de vírus sincicial respiratório, 18,8% de rinovírus, e 46% de Sars-CoV-2 (Covid-19).