Especialista Apresenta Técnicas de Linguagem Simples Em Oficina Promovida Pela Escola Corporativa E CQuali

Por
Giana Pontalti
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“Nós desconhecemos o que o outro desconhece”, disse a linguista Liana Paraguassu durante a Oficina de Linguagem Simples com foco em serviços realizada nos dias 1º e 2 de julho para os trabalhadores da Fiocruz. 

“Usar em um texto 'dor de cabeça' em vez de 'cefaleia' é uma escolha para que mais pessoas possam compreender esse texto. Perdemos na parte conceitual para ganhar na comunicação”, explicou a especialista em Linguagem Simples (LS), convidada para conduzir a oficina para os trabalhadores da Fiocruz, indicados pelos pelos Representantes da Direção da Qualidade (RDs) . A capacitação, organizada pela Escola Corporativa Fiocruz e pela Coordenação da Qualidade (CQuali) para o Programa de Desenvolvimento de Pessoas do Sistema de Gestão da Qualidade, contou com a participação de 38 trabalhadores de 15 unidades da Fiocruz.

A Linguagem Simples é uma forma de comunicação objetiva e inclusiva. Uma comunicação é simples, explica Liana, quando a pessoa que lê o documento ou escuta a mensagem consegue compreender o conteúdo de forma fácil, sem precisar reler o texto várias vezes ou pedir explicações para outras pessoas. Isso não significa retirar conteúdos importantes de um texto, escrever de forma simplória ou infantilizada ou tratar o leitor ou o ouvinte como incapaz. A LS é uma forma de democratizar o acesso ao conhecimento e promover a inclusão social, adequando o conteúdo à linguagem do público-alvo.

No início da oficina, Liana mostrou uma visão histórica da Linguagem Simples no Brasil e no mundo e apresentou a técnica da Linguagem Simples. Engana-se quem pensa que a LS é algo novo. O termo “linguagem simples” foi publicado pela primeira vez em 1949, nos Estados Unidos, em um livro contra a linguagem burocratizada. Em 1979, surgiu na Inglaterra uma campanha pela linguagem simples. Em 2013, o então presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, sancionou a Lei da Linguagem Simples. E no Brasil, no ano passado, foi aprovado o Projeto de Lei da Linguagem Simples.

Depois de conhecer essa evolução histórica, os participantes foram apresentados à Linguagem Simples – o que é e o que não é, à sua técnica e às ferramentas digitais que ajudam na transformação de um texto complexo, seja ele acadêmico ou jornalístico, em um texto em linguagem simples. Na oficina, Liana apresentou e ensinou a usar o Índice de Flesch de Facilidade de Leitura, o ALT (Análise de Legibilidade Textual), o Corpus do Português, o Gemini e o Chat GPT, entre outras ferramentas.

No segundo dia da oficina, os participantes foram convidados a praticar a técnica. Em grupos, analisaram e transformaram textos da Carta de Serviços da Fiocruz em linguagem simples. A capacitação foi uma etapa do projeto “Melhorando a qualidade no atendimento ao cidadão no Guia de Serviços da Fiocruz: uso do chatbot com inteligência artificial para atendimento imediato”, desenvolvido pelo Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (ICICT) e Ouvidoria Fiocruz. O projeto foi contemplado pelo Edital Produtos Inovadores – Programa Inova Fiocruz.

A oficina foi realizada remotamente pela plataforma Microsoft Teams. 100% dos que responderam à pesquisa de avaliação consideraram a oficina muito importante ou importante para o seu trabalho.