Grupos que atuam com agroecologia e parceiros se reuniram na última sexta-feira (17) no Instituto René Rachou (Fiocruz Minas). O objetivo da atividade foi aproximar os trabalhos em curso e dialogar sobre possibilidades de articulação conjunta.
Cerca de 25 pessoas participaram do encontro e apresentaram iniciativas desenvolvidas no estado mineiro. A Agenda de Saúde e Agroecologia, vinculada à Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS), também contextualizou o trabalho da Fiocruz em nível nacional.
Crédito: Silvio Bento/Fiocruz Minas
Agroecologia é proposta integradora das grandes áreas
Saúde em territórios tradicionais indígenas e quilombolas; políticas públicas; acesso à água e saneamento; plantas medicinais; doenças frequentes em populações empobrecidas; agroecologia nas cidades e em territórios periféricos urbanos; cultura, arte e tradição. Todos estes temas se conectaram nos diferentes trabalhos apresentados pelos grupos da Fiocruz.
Para a pesquisadora Polyana Valente, a reunião demonstrou a variedade e amplitude dos projetos reunidos pela agroecologia. " Agroecologia é uma ação política de posicionamento de um novo mundo que a gente quer: menos desigual, mais justo, com mais igualdade de gênero, de raça, e levando em consideração as especificidades das comunidades tradicionais e que elas têm a nos ensinar sobre o Bem Viver", afirma.
A capacidade de reunir diferentes temáticas também foi reforçada pelo pesquisador Bráulio Chaves. Ele avaliou que foi uma « oportunidade importante de pensar a agroecologia como um campo de forças e confluências » e provocar diálogos interdisciplinares.
"Saio esperançoso porque fica nítido o compromisso com uma agenda institucional comum, articulada", diz Bráulio, que percebe muitas possibilidades futuras de parcerias não só entre Fiocruz MG, mas também com outras instituições, movimentos sociais e comunidades.
Por meio construção de uma Ciência comprometida com a redução das desigualdades, a agroecologia “nos ajuda a avaliar e propor outras formas de estar no mundo, contracoloniais”, afirma a pesquisadora Tânia Alves. Ela espera que “a Fiocruz Minas possa aprimorar suas ações para o Bem Viver”, com a Rede de pesquisadores que está se formando.
Crédito: Angélica Almeida/VPAAPS
Uma agenda estratégica da Fiocruz
Danubia Gardênia explica que a reunião faz parte de um movimento de fortalecimento institucional e de integração de ações que a Agenda de Saúde e Agroecologia tem buscado. “A proposta é visitar as unidades da Fiocruz, dialogando e mapeando os grupos e projetos que atuam com agroecologia”, conta Danúbia.
A sistematização de experiências é um dos trabalhos permanentes da Agenda. Em mapeamento conduzido em 2020, foram identificadas 91 iniciativas, de 14 unidades e programas institucionais. Acesse aqui para conhecer as ações.
Grupos representados na reunião
- Políticas Públicas e Direitos Humanos em Saúde e Saneamento (PPDH)
- Políticas de Saúde e Proteção Social (PSPS)
- Saúde, educação e cidadania (SEC)
- Violências, gênero e Saúde (VGS)
- Grupo de Pesquisas Clínicas e Políticas Públicas em Doenças Infecciosas e Parasitárias (PCPP)
- Química de Produtos Naturais Bioativos
- Programa de Extensão Popular e Divulgação Científica SoFiA - Sociologia, Filosofia e Artes, uma parceria com o Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG)
- Grupo de Estudos em Agricultura Urbana- AUÊ!
Crédito: Angélica Almeida