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G-STIC e Fiocruz unem forças para impulsionar compromissos com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) na COP 28 em Dubai


04/12/2023

Vinicius Ameixa

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No último dia 02 de dezembro de 2023, durante a COP28 realizada em Dubai, um evento paralelo ganhou destaque ao discutir o papel das Organizações de Pesquisa e Tecnologia no respaldo e reafirmação do compromisso com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Sob o título "O papel das Organizações de Pesquisa e Tecnologia para endossar o recompromisso com os ODS", o encontro foi co-organizado pela Fiocruz, que é co-host do G-stic, um fórum global focado em acelerar o alcance dos ODS por meio de tecnologias sustentáveis prontas para o mercado e de impacto significativo nas comunidades.

O evento foi aberto por Dietrich Van der Weken, anfitrião da mesa, que contextualizou o propósito do G-stic e a relevância da comunidade G-stic, estabelecida em 2016. Lembrou que o G-stic opera por meio de quatro pilares principais: a conferência anual, a divulgação das ações e resultados das conferências, a sessão de Expert Stories em seu website e o Programa de Ação Climática, focado na implementação de soluções para problemas climáticos, especialmente em nações em desenvolvimento. Além disso, a comunidade visa impulsionar a consecução dos ODS por meio de tecnologias e inovações sustentáveis, enfatizando o papel essencial da Ciência, Tecnologia e Inovação na Agenda 2030. Van der Weken ressaltou que, apesar dos esforços e avanços trazidos até agora pela CTI, os desafios como a infraestrutura inadequada, limitações de acesso à educação e exclusão digital, nos diz que ainda há um longo caminho a percorrer.

O segundo momento do evento foi conduzido por Inge Neven, CEO da VITO, destacando a abordagem do G-stic e a razão pela qual os co-hosts, incluindo a Fiocruz, estão comprometidos com a concretização dos ODS. Neven enfatizou sobre a necessidade de combinar ângulos e modelos escalonáveis para abordar soluções globalmente, envolvendo comunidades, sociedades civis e governos para construir um futuro sustentável.

Vibha Dhawan, Diretora Geral do Instituto de Pesquisa e Energia (TERI) da Índia, salientou a renovação da interconexão global e a urgência de agir coletivamente para alcançar a paz, equidade e igualdade. Dhawan destacou a importância de pensar globalmente diante de um mundo em constante mudança e estas acontecendo com cada vez mais velocidade. E, completou: “tenho dito, não salve o planeta, salve a raça humana que habita o planeta e assim o salvamos”.

Paulo Gadelha, representando a Fiocruz, contextualizou a trajetória do G-stic desde Dubai em 2020/2021 até o recente evento no Rio em 2023. Gadelha sublinhou a necessidade de considerar a crise climática junto aos demais objetivos da Agenda 2030, ressaltando a importância de lidar com desigualdades e integrar políticas sustentáveis.


Foto: Elisa Andries

Ao traçar paralelos entre diferentes contextos, Gadelha enfatizou a transformação do cenário global e as mudanças de paradigmas. Ele mencionou que durante o evento em Dubai em 2021, o mundo estava lidando com uma realidade recém-surgida da pandemia de COVID-19, enquanto a conferência no Rio, em 2023, já discutia aspectos pós-pandêmicos. Isso incluía insights valiosos sobre soluções científicas, tecnológicas e inovadoras, juntamente com os impactos nas esferas econômica e social. Além disso, Gadelha enfatizou a participação da Fiocruz no Fórum de Ciência, Tecnologia e Inovação (STI Forum) da ONU, sublinhando os mecanismos de facilitação tecnológica como ferramentas essenciais para impulsionar o alcance dos ODS.

Um dos pontos altos de sua intervenção foi a contextualização da atual crise climática, com Gadelha enfatizando o crescente aumento de evidências indicando a proximidade de um ponto sem retorno. Ele fez eco às palavras do secretário-geral da ONU, Guterres, destacando que abordar a crise climática é inseparável da busca por igualdade, justiça social e atenção às desigualdades, todos fundamentais para a Agenda 2030. E também trouxe à tona mudanças políticas significativas, mencionando a transição de um cenário marcado por desinformação e desmonte das ações globais com foco na sustentabilidade para uma nova visão representada pelo atual presidente do Brasil, Lula. Com esta nova liderança, Gadelha destacou a oportunidade de reconectar o Brasil ao cenário internacional, incluindo a confirmação de sediar a COP30 em Belém e a posição privilegiada do país no G20.

Ele compartilhou os avanços e a receptividade do G-stic durante o evento no Rio, onde tecnologias sociais locais ganharam destaque, evidenciando soluções replicáveis para desafios ambientais e sociais compartilhados por diversas comunidades globais. Ao apontar a participação de mais de 4.200 pessoas e mais de 30 instituições globais no evento no Rio, Gadelha ressaltou a riqueza das discussões e o impacto positivo desses encontros para impulsionar o progresso em direção aos ODS.

O evento em Dubai reforçou a colaboração global em busca de soluções inovadoras e tecnológicas para enfrentar desafios urgentes, como as mudanças climáticas e a desigualdade social, mantendo um compromisso firme com os ODS estabelecidos pela ONU para um futuro mais sustentável e inclusivo.

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