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Historiadora afirma que doença de Chagas ainda é negligenciada

A escocesa Nancy Stepan, historiadora da medicina da Universidade de Colúmbia (Nova York), apresentou no dia 9 de julho, durante o Simpósio Internacional Comemorativo do Centenário da Descoberta da Doença de Chagas, a palestra Paradigmas e paradoxos em saúde pública: doença de Chagas no contexto global, cuja tônica foi o papel do estado na defesa da saúde de populações. Nancy comentou os dados polêmicos e contestados, como a suspeita de que 70% das crianças bolivianas moradoras de zonas rurais são infectadas pelo Tripanosoma cruzi. “Há também indícios de que países europeus e os Estados Unidos têm mais infectados do que os registros oficiais acusam”, avaliou a escocesa sobre a dificuldade em se obter dados confiáveis em função do descaso para com a doença.

Ela falou sobre a importância das intervenções no campo da saúde, em que agências de governo atuam como formuladoras de políticas e são responsáveis por campanhas de combate a doenças transmissíveis, como a varíola, a poliomielite e a malária. Também destacou a importância da idéia de se difundir o slogan “transmissão zero”, para as campanhas de erradicação formuladas pela Organização Pan-Americana de Saúde.

A análise dos contextos políticos e sociais em que ocorrem as campanhas de erradicação de doenças permeou a apresentação da historiadora, cujas pesquisas cobrem grandes períodos – “da época de ouro de Oswaldo Cruz e Carlos Chagas”, quando houve o saneamento das cidades e as viagem para os sertões, até governos do pós-Segunda Guerra Mundial –, como o segundo de Getulio Vargas.

“Chagas sempre disse que a doença tinha relevância epidemiológica nas Américas. O fato da tripanossomíase americana ter sido negligenciada pelo governo brasileiro por muito tempo impediu o avanço de uma série de medidas sanitárias e, em diversos níveis, os avanços ambiciosos do próprio governo”, concluiu Nancy.

Fonte: Agência Fiocruz de Notícias 

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