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Por Fernanda Marques
Homeopatia, acupuntura, fitoterapia e reflexologia são exemplos de práticas que, embora distintas da medicina convencional, têm angariado cada vez mais adeptos no Brasil e no mundo. Apesar das controvérsias e de ainda estar pouco presente nas faculdades de medicina, a homeopatia é reconhecida como especialidade médica pelo Conselho Federal de Medicina e já é oferecida pela rede ambulatorial do Sistema Único de Saúde (SUS) em mais de 100 municípios. O discurso dos gestores de saúde em relação à presença da homeopatia no SUS foi analisado por duas pesquisadoras da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Em artigo publicado na revista Cadernos de Saúde Pública, periódico da Fiocruz, a dupla discute os diferentes aspectos envolvidos no apoio e nas resistências à homeopatia. Os entrevistados também não se mostraram convencidos acerca da explicação farmacológica para a ação das substâncias usadas em homeopatia, que são ultradiluídas
A investigação foi realizada a partir de entrevistas com 16 gestores de seis municípios que se destacaram quanto ao número de consultas em homeopatia. “A amostra contemplou alguns simpatizantes da homeopatia e também outros, que são indiferentes ou não acreditam nesta proposta, mas que são instados, no exercício de suas funções, a conviver com ela”, contam as autoras Sandra Abrahão Chaim Salles e Lilia Blima Schraiber.
Entre os principais argumentos de apoio à homeopatia, as duas pesquisadoras identificaram a demanda social, a humanização da consulta e a visão integral do sujeito. Quanto à demanda social, os gestores entrevistados alegaram que a população busca o atendimento homeopático, o que serve como força de pressão política para que os serviços de homeopatia sejam ampliados na rede do SUS.
A satisfação dos usuários foi bastante citada pelos gestores. E os entrevistados, muitas vezes, associaram essa satisfação à consulta em homeopatia, que, segundo eles, é mais demorada e possibilita maior interação entre médico e paciente. “A prática homeopática é caracterizada como uma ação que preserva a dimensão humanística da prática médica, pois defendeu, no processo de institucionalização, a preservação da consulta médica como ato de maior valor”, dizem as autoras.
Já as outras especialidades da medicina estariam, cada vez mais, relacionadas ao uso excessivo de exames complementares e de farmacologia, em detrimento das subjetividades. Por esse motivo, os gestores afirmaram, ainda, que a medicina convencional, baseada na tecnologia das especialidades, tem dificuldade de compreender o indivíduo em sua totalidade. A homeopatia, por sua vez, teria essa capacidade de enxergar o indivíduo integral e, assim, conseguiria atuar melhor na promoção da saúde e na prevenção de doenças.
No entanto, as entrevistas com os gestores também revelaram argumentos contrários à homeopatia. Ao valorizarem práticas baseadas no conhecimento científico e com resultados comprovados, os entrevistados não atribuíram legitimidade à homeopatia, devido à carência de publicações na área e a trabalhos que não seguem à risca o método científico clássico. Eles também não se mostraram convencidos acerca da explicação farmacológica para a ação das substâncias usadas em homeopatia, que são ultradiluídas.
“Muitos experimentos laboratoriais foram desenvolvidos para confirmar essa ação, mas faltam explicações sobre os mecanismos e o local de sua ação”, dizem Sandra e Lilia no artigo. “Não compreendendo como age o medicamento homeopático, os entrevistados atribuem a ele uma ação geral e inespecífica, não direcionada a um determinado distúrbio, o que constrói uma imagem de que a homeopatia seria uma medicina incapaz de dar respostas imediatas às doenças agudas e graves em contraposição à biomedicina, que, em conformidade com a cultura atual, atende a exigência de resultados imediatos”.
De acordo com as pesquisadoras, para que a homeopatia conquiste seu espaço nos meios acadêmicos e científicos, os homeopatas devem adotar uma postura mais ativa. “Cabe aos homeopatas, portanto, neste momento da interlocução com seus pares, promover reflexões sobre a sua própria medicina, definindo conceitos e esclarecendo sua tecnologia, de forma a tornar públicas as características da sua boa prática, os limites de sua ação e as possibilidades de parcerias com outras ações de saúde”, defendem.
Fonte: Agência Fiocruz de Notícias
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